3/13/2007

26 de Março de 2007- Segunda Feira

A Semana da Comunicação, evento tradicionalmente organizado pelo I.N.P. – Instituto Superior de Novas Profissões, íniciar-se-à a 26 de Março de 2007. Esta semana tem como mote “Comunicação: Função de Gestão”.
No primeiro dia desta semana, onde será abordado o tema “A Provedoria no Sistema da Comunicação” os convidados são: José Carlos Abrantes (Provedor dos Leitores do jornal Diário de Notícias); José Paquete de Oliveira (Provedor do telespectador) e José Nuno Martins (Provedor do Ouvinte).

RAIO X:

José Carlos Abrantes é actualmente o Provedor dos Leitores do jornal Diário de Notícias. Foi professor de Teoria e História da Imagem na Universidade de Coimbra. É sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) e do Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ). Tem organizado debates públicos e conferências sobre os media, nomeadamente a televisão, o jornalismo, o cinema, teoria da imagem e os blogues. Dirige também uma colecção sobre imagem, nas edições 70.

José Paquete de Oliveira é doutorado em Sociologia da Comunicação e da Cultura, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – ISCTE, através da Universidade Técnica de Lisboa (1989). Licenciou-se em Ciências Sociais - ramo Sociologia – na Universidade Gregoriana, PUG, de Roma, Itália. Aquando da sua indigitação para Provedor do Telespectador, vinha exercendo a profissão de Professor universitário no ISCTE (onde ingressara em 1978) e desempenhando o cargo de Vice-Presidente dessa instituição universitária, coordenando ainda o curso de Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação.
Foi Chefe de Redacção do diário Jornal da Madeira (1960-1969) e Director do Diário de Notícias, no Funchal (1974-76) e colaborador da Estação Rádio da Madeira. Em Lisboa, em 1976, ingressa na vida académica. Leccionou no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas – ISCSP e no ISEG, da Universidade Técnica de Lisboa. Desde há muitos anos segue de perto o fenómeno da comunicação social, quer como docente nesta área, quer como investigador e também em funções de jornalista profissional. Foi colaborador permanente do Expresso, do Diário de Lisboa e actualmente assina um artigo de opinião semanal no Jornal de Notícias.Foi comentador permanente na primeira Série de Casos de Polícia na SIC. Foi membro do Conselho Consultivo do ICAP - Instituto Civil de Autodisciplina da Publicidade. Até 2005 foi Presidente da Direcção da SOPCOM – Associação das Ciências da Comunicação e até Abril de 2006 da LUSOCOM - Federação das Associações de Ciências da Comunicação no Espaço Lusófono.Tem vários artigos publicados em Portugal e no estrangeiro no domínio das ciências da comunicação. Igualmente tem sido coordenador ou director de vários projectos de investigação neste mesmo domínio científico no âmbito nacional e internacional.

José Nuno Martins é o primeiro Provedor do Ouvinte da rádio Pública. Licenciou-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras de Lisboa. É autor e realizador de Rádio, íniciou também um percurso em simultâneo e polivalente na Televisão como apresentador, realizador e produtor, que tem mantido nos últimos quarenta anos. Foi o primeiro profissional a trabalhar nos três canais generalistas portugueses e frequentou estúdios de TV no Brasil, Espanha, Itália e França. Após ter criado em 1998 os maiores estúdios independentes de Televisão em Lisboa, regressou recentemente ao primeiro plano da actividade radiofónica como autor de diversas séries de programas realizados na Antena Um.
É de sublinhar que as suas actividades na Rádio e na Televisão foram frequentemente premiadas com galardões nacionais e internacionais outorgados pela crítica e pelo público.


Moderador:

Nuno Goulart Brandão é licenciado e pós-graduado em Relações Públicas e em Publicidade pelo Instituto Superior de Novas Profissões, onde lecciona desde 1992. É ainda mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação e doutorado em Sociologia, na especialidade de Sociologia da Comunicação, da Cultura e da Educação ambos pelo ISCTE. Em paralelo com o seu percurso académico foi profissional de televisão durante 20 anos. Na RTP exerceu diversos cargos e funções profissionais em áreas tão diversas como a produção e realização, relações públicas, marketing, relações institucionais, programação e, mais recentemente, membro da coordenação geral do projecto Fénix de reestruturação do Grupo RTP. A sua actual prioridade, para além do ensino e da consultadoria no campo empresarial do media, é a investigação em geral e, em particular, do fenómeno televisivo, sobretudo no CIMDE – Centro de Investigação Media e Democracia, onde é sócio fundador. Tem dois livros já publicados: em 2002, O Espectáculo das Notícias na Editorial Notícias e em 2006, Prime Time na Casa das Letras.

1 comentário:

Anónimo disse...

Semana da Comunicação do INP
1ª Conferência
Dia 26 de Março de 2007
Tema: A Provedoria no Sistema de Comunicação
Interlocutores: Dr. José Carlos Abrantes – Provedor do Diário de Notícias
Dr. José Nuno Martins – Provedor da Rádio
Dr. J. M. Paquete de Oliveira – Provedor da Televisão
Dr. Nuno Brandão – Moderador/Docente do INP
Resumo feito por José Ferreira 1º Ano Turma C Curso RPP-INP

A conferência começa com o Administrador Delegado do Grupo Ensinus, Dr. Carlos Fernando Vieira, a dar as boas vindas aos participantes seguidas pelo Director do INP, Dr. Alexandre Safont Tavares, que igualmente agradece a presença de todos os convidados, aos antigos e actuais alunos da faculdade, fazendo a abertura da Semana da Comunicação do Instituto Superior de Novas Profissões.
Na sua breve alusão ao tema, o Sr. Dr. Carlos Fernando Vieira, como remate à temática que foi iniciada, e em comparação ao que existe na Comunicação Social, com a existência de Provedorias, num futuro próximo, o INP poderá eventualmente ter um Provedor do Aluno.
O Sr. Dr. Alexandre Safont Tavares, na qualidade de Director do INP, e aproveitando a presença do Prof. Dr. Américo Ramalho, presta a sua homenagem ao antigo docente.
Na qualidade de docente, o Dr. Nuno Goulart Brandão dá as boas-vindas aos participantes e, em especial, à presença do Prof. Dr. Américo Ramalho, ilustre catedrático do INP, fazendo uma breve homenagem ao seu trabalho, como prova do reconhecimento dos seus antigos alunos e amigos, pelo seu empenho e dedicação à causa das Relações Públicas em Portugal. Refere que o Dr. Américo Ramalho foi pioneiro nas RP do nosso país. Para além de ser licenciado em Direito e Psicologia Aplicada, é licenciado em RP pelo INP. O seu percurso académico é invejável, no bom sentido da expressão, sendo considerado como um dos primeiros profissionais de Relações Públicas em Portugal. A nível Profissional, entre 1971 e 1974 exerceu funções de acessoria de RP na Móbil Portuguesa e, entre 1974 e 1999, na CP, sendo técnico de Relações Públicas, o primeiro no nosso país, preconizando as funções a que um RP diz respeito, tais como, Relações Exteriores, em Publicidade Institucional, nas Relações com a Comunicação Social, na Gestão de Crises, na comunicação a nível empresarial, como exemplo das funções que desempenhava.
A nível associativo, está ligado a movimentos de RP, tais como a Sociedade Portuguesa de Relações Públicas, na Associação Portuguesa de Relações Públicas, na EUPRERA, no apoio a várias instituições de ensino, nos cursos superiores/científicos de RP, sendo considerado MASTER em Relações públicas. Está ligado ao INP nas pós-graduações em Relações Públicas.
Seguindo a homenagem ao Prof. Américo Ramalho, o Dr. Nuno Brandão apresenta os interlocutores da conferência:
Dr. José Carlos Abrantes, Provedor do Jornal “Diário de Notícias”, Jornalista, membro da Sociedade Portuguesa de Ciências da Comunicação;
Dr. José Nuno Martins, Provedor do Ouvinte, Profissional da Rádio e da Televisão, licenciado em Filologia Românica. O primeiro Profissional da Comunicação que trabalhou nos três canais generalistas portugueses; e Dr. J. M. Paquete de Oliveira, Provedor do Telespectador, foi Chefe de Redação do “Jornal da Madeira”, Coordenador do Jornal “Expresso”, licenciado em Sociologia da Comunicação pelo ISCTE e coordenador de mestrados de Cultura da Comunicação.
O Sr. Dr. José Carlos Abrantes foi o primeiro interlocutor que teve o privilegio de ser o primeiro a participar, fazendo uma breve alusão ao DN, que foi o primeiro jornal a iniciar a Provedoria de Imprensa. O “Diário de Notícias” comemora 10 anos de Provedoria e, neste período, o jornal teve quatro Provedores sendo, o primeiro foi Mário Mesquita (1997); seguido por Diogo d´Orel (1998/2001); Estrela Serrano (2002/2004) e por fim José Carlos Abrantes (2005/2007). Os mandatos são de três anos. A provedoria serve para servir de “Interpasse” entre os leitores e os jornalistas. É uma função de conflitualidade, pois não é fácil afirmar que as coisas podiam ser feitas de uma maneira e não de outra. Segundo José Carlos Abrantes, o Provedor não pode primeiro agir, por uma reclamação feita, sem ouvir o jornalista, pois, segundo a lei, deve aguardar 72 horas após a resposta do jornalista ao provedor. A função do Provedor é de estar atento às reclamações e dúvidas dos leitores – Estatuto do Provedor -, por intermédio dos “Blogs”, fazendo analise de críticas dos Media – crónicas – e também da análise das crónicas mais frequentes, como exemplo os e-mails do público. Segundo o Provedor do DN, o jornal “Público” seguiu as pisadas no DN criando o Provedor do Leitor. Afirma que o Serviço Público acabou por instituir o “Provedor do Telespectador” e o “Provedor do Ouvinte”, tendo por bases um quadro deontológico e ético, não feito pelos Provedores, mas sim alimentada pelos Provedores ao longo dos últimos 10 anos.
De seguida, o Dr. José Nuno Martins na qualidade de Provedor do Ouvinte teve a palavra, realçando o aspecto de que este orgão surgiu em 2006 com o intuito de questionar e elaborar reflexões sobre os Profissionais, elaborando um relatório anual sobre a sua actividade no que concerne à sua função. Recolhe as informações dadas pelos seus ouvintes, as sugestões e críticas, assim como da qualidade do sinal. O seu relatório é comunicado pela RTP ou em WWW.RTP.PT. Para elaboração do seu relatório, José Nuno Martins segui um critério criado por ele, sistematizando-o: Acções conjuntas dos Provedores; a promoção do primeiro encontro de provedores; o Provedor de Justiça; O Conselho Regulador da Entidade de Reguladora de Comunicação; e o conselho de opinião. Como preparação e pesquisa, no que diz respeito à RTP, a primeira sistematização criada consistia na criação do Gabinete dos Provedores; consultas na Rede; Leituras de Publicações, aos contactos com profissionais. Em Relação à Rádio, pretende criar um contacto de comunicação mediática entra a estação emissora e o ouvinte, através da instância mediática com a instância receptora.
O Serviço Público nos anos 90 sofreu radicais transformações tecnológicas e de mercado. Com o passar dos tempos sentiu-se a necessidade de aproximar mais os públicos com os meios de Comunicação, sabendo que o ouvinte de Rádio e Televisão está sempre disponível; o ouvinte é sempre curioso; o ouvinte não se sente excluído; e é exigente pois é ele que paga com os seus impostos. Segundo o Provedor do Ouvinte, o Serviço Público deve servir tudo e todos e em especial a quem paga – o ouvinte cidadão. Mais do que ouvir escuta e critíca; o ouvinte cidadão serve de estímulo para o Serviço Público, da´a acção do Provedor do ouvinte.
O Provedor do Ouvinte é o veículo entre a empresa e o público. A perspectiva do ouvinte é importante. As funções do Provedor do Ouvinte são de escrever, produzir e apresentar o programa semanal a partir das observações dos ouvintes, sendo os primeiros destinatários os Profissionais (uma das críticas mais mencionada é o problema com a língua portuguesa – os erros e as “calinadas”). A Antena 3 é o exemplo do desajustamento com ouvintes mais jovens no segmento. Verifica-se um afastamento do cumprimento dos princípios formativos da emissora definidos na lei e no contrato de concessão. Temas relacionados com as inquietações dos jovens, não se encontram com os valores culturais adjacentes. Segundo o Sr. Dr. José Nuno Martins, não pode ser tolerável o mau uso indevido da língua portuguesa e conclui que “se não se produzir uma rápida reinterpretação do modelo adoptar, de acordo com a lei, pode vir a acontecer que a esfera pública, questione a sustentação dos fundos necessária para a manutenção de uma rádio de qualidade”.
Para finalizar, o Sr. Dr. Paquete de Oliveira rematou o que foi mencionado pelo Dr. José Nuno Martins, acrescentando que os pareceres do Provedor não são vinculativos, ou melhor, não tem poder vinculativo. O Provedor serve como o mediador entre a empresa de comunicação e o Telespectador e vice versa. O Provedor serve de “el defensor del publico” como diriam os espanhóis, segundo o Dr. Paquete de Oliveira. O Representante do telespectador, fazendo a mediação daqueles que vêem e os que produzem. Actualmente, o Provedor da Televisão recebe críticas e sugestões sobre a grelha de programação. O mais caricato é que recebe críticas de outros canais generalistas, que não têm nada a ver com o RTP. O Provedor da Televisão serve de “fonte de contacto com os telespectadores”. Em 31 de Dezembro de 2006, o Provedor recebeu perto de 10 000 mensagens, das quais 4 721 (52%) foram respondidas e 48% não respondidas, sendo consideradas de menos importância com o contexto.
O Prof. Nuno Brandão dá por concluída a intervenção dos interlocutores, colocando a hipótese aos participantes colocarem questões aos mesmos, sendo aproveitada pelo Prof. Dr. Américo Ramalho para questionar os interlocutores, como dizem que é seu apanágio fazer, dando por fim concluída a conferência.